Numa das minhas incursões ao mundo da verdadeira arquitectura, onde as pessoas construíam casas para viver e não casas para aparecer na revista, alem de ver o que resta da aldeia de Vilarinho da Furna e não “das Furnas”, como se diz por aí, vi algo de realmente incrível da estupidez, da vaidade, da ignorância humana.
O primeiro caso foi de uma senhora, bem vestida, com uma família aprazível, mas da “lapinha” (até acredito que na lapinha existem pessoas com mais nível que esta senhora, logo, se ofensa para o pessoal da lapinha), esta bem que compremos “cases” em pele de gambuzino para colocar a máquina digital “topo de gama” (igual à do cunhado que esta a trabalhar em França a “chapar massa”, mas tem um maquina digital que é o ultimo grito na loja dos trezentos que faz e acontece, só num tira é fotografias, mas por favor, aquilo que diz “pele genuína” presa à “case” é para RETIRAR, não é para mostrar a toda a gente que é de “pele genuína”. Enfim!!
O segundo caso é o de uma senhora à qual ou assisti à conversa que antecedeu a sua descida até à aldeia, logo sei do que estou a falar.
Dizia ela, “é muito bonito, tantas pedras, pena é estar tudo estragado (a aldeia teve de ser abandonada para construir a barragem), vai ser difícil chegar lá baixo, mas vou, num fiz eu 150 km para nada” (sem comentários).
Mas lá foi, como o seu sapatinho de matar baratas, tacão da moda e a sua indispensável bolsa com o telemóvel e carteira, não vá a vizinha telefonar ou ter de ir a uma loja lá na aldeia (entenda-se que a aldeia esteve inundada anos, logo num há comercio), calças à pescador e, já me esquecia, anéis e pulseiras de fim-de-semana, que abundavam.
Iniciou a caminhada e só se ouvia, “aí que eu vou cair”, “isto escorrega”.
Comento eu, se sabia para onde ia, porque é que não veio mais de acordo com o local? E já agora, o que é que foi lá fazer? Ver as montras? Mostra a roupa nova? Ou simplesmente tinha necessidade de não ficar em casa, e, à falta de onde ir, ir visitar a aldeia que apareceu no noticiário da TVI.
Não me julgo superior a ninguém, já por isso não sou para os shopping’s ao Domingo, mas por favor, fiquem em casa a falar da vida alheia em vez de fazer figura de parvo a um sábado à tarde!
março 16, 2005
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